— Disciplina
Pensar por constelações
EMENTA
30h
Setembro 2019 ( 12, 13, 19, 20, 26, 27)
Quintas e Sextas-feiras.
Aproximacões da crítica de arquitetura e os estudos urbanos da filosofia a partir de 1960. As filosofias de Walter Benjamin e Lefebvre como escolhas teóricas para a análise da produção contemporânea do espaço.
Walter Benjamin: trajetos, biografia, textos.
Henri Lefebvre: trajetos, trajetos, biografia, textos.
Estratégias de pensamento I : a constelação como o método de Benjamin.
Estratégias de pensamento II : Henri Lefebvre e o urbano-constelação.
A leitura de Benjamin e Lefebvre no Brasil do século XXI.
CRONOGRAMA
DATA | AULA | TEMAS |
12/set | Walter Benjamin |
trajetos, biografia, textos |
13/set | Henri Lefebvre | trajetos, trajetos, biografia, textos. |
19/set | Estratégias de pensamento I |
a constelação como o método de Benjamin. |
20/set | Estratégias de pensamento II |
Henri Lefebvre e o urbano-constelação. |
26/set | A leitura de Benjamin e Lefebvre no Brasil do século XXI. | |
27/set | A leitura de Benjamin e Lefebvre no Brasil do século XXI. | |
JUSTIFICATIVA
A disciplina pretende analisar duas filosofias em que o urbano foi questão central de reflexão, a saber, aquelas concebidas por Walter Benjamin (1892-1940) e a de Henri Lefebvre (1901-1991), de modo a discutir suas estratégias para abordar esse objeto: a forma do texto, as estruturas da argumentação, a construção das narrativas.
Um e outro, trafegando entre a história e a teoria urbana, elaboram um conjunto de textos significativos para o campo da arquitetura e do urbanismo a partir da década de 1960, quando ganha força a idéia dosestudos urbanos e, mais recentemente, a concepçao do que veio a ser chamada teoria crítica urbana.
Trata-se, nessas aulas, de uma tentativa de compreender como pensar e narrar a cidade/o urbanosegundo as estratégias muito peculiares de Benjamin e Lefebvre, as quais denomino, por ora, um pensar por constelações.
Quando se trata de escrever sobre a espessura histórica de uma cidade ou de uma proposição urbanística, ou de propor uma teoria para a vida e a experiência coletiva urbanas, a constelação é uma estratégia de pensamento de grande valia: permite pensar por extremos, desde os fragmentos, enfrentando a descontinuidade, ou o vazio, como algo incontornável no esforço do conceito.
O termo constelação emerge numa acepção epistemológico-crítica na filosofia de Walter Benjamin (1892-1940), e ocupa um lugar importante em sua obra, seja na primeira fase de seus escritos, com o texto “questões introdutórias de crítica do conhecimento, que abre a Origem do Drama Trágico Alemão(1925)– sua tese de livre docência -, seja nos textos finais, as notas para o Passagen-Werk (1927-1940), e as Teses sobre a História (1940). Por constelação Benjamin designava a relação entre os componentes (as estrelas) de um conjunto (as linhas imaginárias que desenham um agrupamento con-stelar), relação essa que se define não apenas pela proximidade entre as estrelas, mas também pela possibilidade de significado que o conjunto adquire – o sentido que lhe pode ser atribuído.
Aqui me interessa refletir, a partir de Walter Benjamin e também de Henri Lefebvre, sobre um objeto específico – um conjunto de acontecimentos na história das cidades que compõem o que se pode chamara constelação do urbano na filosofia benjaminiana, e de urbano-constelação na filosofia lefebvriana.
A meu ver, em ambos os termos e no método que lhes corresponde podem ser comentados, paradigmaticamente, em relação a algumas áreas de pensamento(materialismo histórico, crítica do capitalismo, filosofia da História, filosofia da linguagem), a gêneros filosóficos e literários privilegiados por Benjamin (ensaio vs. tratado, fragmento e citação, comentário e crítica) e Lefebvre (ensaios e esboços de sistemas) e a objetos urbanos específicos (dentre os quais estão a passagem, os monumentos, as barricadas; configurações da vida cotidiana urbana, os subúrbios, as grandes metrópoles) . Ao estudar as matrizes do pensamento constelar de Benjamin e Lefebvre pretende-se refletir sobre modos de abordar o objeto aqui denominado arquitetura urbana. Cidades são campos de batalha, escreveu Benjamin (2005, p. 165) ao comentar O livro de leitura para habitantes de cidades, de Brecht. Naquele “oceano de casas”, onde homens e mulheres citadinos experienciam múltiplas e contínuas interações sociais, dá-se o epicentro do conflito social que surge da tradicional relação entre propriedade, poder político e poder econômico. Uma cidade, não obstante ser o lugar da luta (individual e coletiva) pela existência e da disputa entre classes sociais, exige que os indivíduos adaptem seus atos e suas disposições de espírito à sucessão de encontros casuais, habituais ou fortuitos. Trata-se, na disciplina, de expor os fundamentos de duas filosofias que resultam em uma escrita sobre o urbano que é narrativa a contrapelo da história das formas urbanas; antes, é a narrativa das vidas urbanas segundo a constelação que as configura, quais sejam, num extremo. |
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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TEXTOS WALTER BENJAMIN
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BENJAMIN, Walter. Libro de los pasajes.
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LINHA DO TEMPO WALTER BENJAMIN
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TEXTOS HENRI LEFEBVRE
LEFEBVRE, Henri. Espaço e política. Editora UFMG, Belo Horizonte. 2008.
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LEFEBVRE, Henri. Critique of Everyday Life – The one-volume edition. ed. Verso, London, New York. 2014.
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LINHA DO TEMPO HENRI LEFEBVRE
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AULA 1
IMAGENS CONSTELAÇÕES 1
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ÁUDIO CONSTELAÇÕES 1 – PARTE 1
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ÁUDIO CONSTELAÇÕES 1 – PARTE 2
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AULA 2
IMAGENS – CONSTELAÇÕES 2
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IMAGENS – MEMÓRIA TOPOGRÁFICA
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IMAGENS – ANDREAS GURSKY + MICHAEL WESELY
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ÁUDIO WALTER BENJAMIN – LINHA DO TEMPO – 1
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ÁUDIO WALTER BENJAMIN – PASSAGENS CADERNO N
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AULA 3
IMAGENS CONSTELAÇÕES 3
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ÁUDIO IMAGEM DIALÉTICA
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ÁUDIO IMAGEM DIALÉTICA: ECONOMIA E CULTURA
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BRENJAMIN, Andrew (ed.). Walter Benjamin and Art. Continuum, London, New York, 2005.
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BUCK-MORSS, Susan. Dialéctica de la mirada: Walter Benjamin y el proyecto de los Pasajes. The MIT Press, Cambridge, Massachusetts. London, 1989.
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BACKES, Marcelo. A casa cai – romance. Companhia das Letras.
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AULA 4 e 5
IMAGENS CONSTELAÇÕES 4 – parte 1
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IMAGENS CONSTELAÇÕES 4 – parte 2
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IMAGENS – LA PELOUSE EST MON DERNIER REFUGE
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IMAGENS – ANDREAS GURSKY + MICHAEL WESELY
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ÁUDIO LINHA DO TEMPO LEFEBVRE – PARTE 1
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ÁUDIO LINHA DO TEMPO LEFEBVRE – PARTE 2
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MÉTODO LEFEBVRE
FREHSE, Fraya. Potencialidades do método regressivo-progressivo: pensar a cidade, pensar a história. Tempo Social; Rev.
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STANEK, Lukasz. Toward an Architecture of Enjoyment (Introduction). Artforum.
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STANEK, Lukasz. Space as concrete abstraction – Hegel, Marx, and modern urbanism in Henri Lefebvre.
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STANEK, Lukasz. Henri Lefebvre on Space – Architecture, Urban Research, and the Production of Theory. Minnesota Press. 2011.
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